
Artigo de opinião de José Maria Costa, Deputado do PS na Assembleia da República
Esta terça-feira os presidentes da Comissão de Coordenação Regional do Norte e da Xunta da Galiza, simbolicamente em Valença, vão assinar uma declaração conjunta onde defendem a prioridade da ligação de alta velocidade entre Lisboa e Vigo. Esta mesma posição já foi afirmada em várias ocasiões pelo Eixo Atlântico e pelas confederações empresariais.
Tal como os principais responsáveis da euro-região Norte de Portugal-Galiza referem este é um projeto e infraestrutura prioritária e estratégica para Portugal e Espanha. Esta ligação prevê ainda a ligação ferroviária com estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Ponte de Lima e Valença.
O projeto que prevê esta ligação ferroviária teve como base estudos que demonstram a sua utilidade para a coesão do território, potencial de utilização e rentabilidade.
A cooperação Norte de Portugal -Galiza para além de estar alicerçada numa forte componente social e cultural é também eminentemente económica. Desde as relações de cooperação e interação nos setores têxtil, automóvel, metalomecânico, naval e turístico.
A Galiza é um dos grandes destinos das exportações de Portugal, representando o oitavo destino com maiores exportações e responsável pela criação de inúmeras empresas e emprego na região Norte de Portugal.
Recorde-se que o anterior governo do PS em Portugal, através do então ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, referiu que esta era uma das prioridades do País para ser começada de imediato e terminada em 2030.
Esperamos pois que o atual governo da AD e em especial o atual ministro das Infraestruturas não altere as prioridades já definidas pelo anterior governo da construção da linha de alta velocidade pela agora anunciada ligação Lisboa-Madrid.
A Região Norte é a região mais exportadora do País e com o crescente aumento do turismo, em especial dos Caminhos de Santiago, não pode ser relegada para segundo plano nos investimentos estruturantes dos próximos anos.
* O Eixo Atlântico compartilha esta opinião mas recusou a adesão à reunião por considerá-la desnecessária. Assim mesmo, assegura que se trata de uma iniciativa que não é de todos os agentes implicado, se não uma ação mediática da Xunta de Galicia na que os demais agentes só vão a aplaudir.